Murilo estuda na Federal de Viçosa e está na FAC por meio do convênio Andifes de Mobilidade Estudantil
Por Nathália Novais
Foram mais de 40 minutos de depoimento ao Lúmina para que o estudante Murilo Rodrigues Alves, 25 anos, relatasse sua vida acadêmica, e ainda assim teve que cortar detalhes e causos. Nascido em Araguari, no Triângulo Mineiro, é formado em Letras Português e Inglês (dupla habilitação) pela Universidade Federal de Uberlândia. A escolha pelo jornalismo veio desde o final do ensino fundamental, mas acabou optando por Letras pela proximidade. Quando estava no último semestre de Letras, decidiu prestar vestibular para jornalismo na Universidade de Viçosa (UFV). Passou, e pela primeira vez foi morar fora de casa.
Quando estava no quinto semestre do curso de Jornalismo na Federal de Viçosa, a Universidade e o banco Santander fizeram uma seleção para alunos irem para a China. Ele foi um dos selecionados e partiu para fazer um curso na Universidade de Pequim durante um pouco mais que três semanas. Antes de ir, ele fez uma tentativa de mobilidade estudantil para Universidade de Brasília. Como já estava bem adiantado no curso, teve bastante dificuldade burocrática, principalmente pelo fato de defender o seu projeto final em uma universidade diferente da que passou a maior parte do curso.
Depois de vários papéis e uma infinita burocracia, ele conseguiu a vaga de mobilidade da UFV para a UnB, por meio do Programa Andifes de Mobilidade Acadêmica. O único problema era conseguir falar com ele, já que estava em Pequim. Na UnB seu braço direito na parte burocrática do processo de mobilidade foi o estudante Paulo Victor,do SOS Imprensa/FAC. O pai de Murilo, que até então não sabia nem que o filho estava tentando mobilidade estudantil, descobriu depois de a Universidade contatá-lo para passar o resultado. No fim, ele virou para o filho e disse: “Mais um curso, meu filho?!”.
O seu projeto final será defendido aqui na FAC UnB no dia primeiro de fevereiro, depois de uma luta e várias faculdades. A grande reportagem,assinada como Rodrigues Alves, é composta por três partes sobre a situação da falta de professores de física. Demandou tempo e dedicação, mas a satisfação com o trabalho é enorme. No processo de apuração, Murilo também presenciou várias aulas e escutou as principais dificuldades dos professores de Física. A partir da vida de um professor de física de uma escola pública, ele trouxe fatos da situação. O projeto final foi orientado por dois professores: Paulo Paniago (FAC UnB) e Ernane Rabelo (UFV).
A escolha pela UnB veio pela possibilidade de cursar várias matérias, da semelhança do curso com o de Viçosa e pela possibilidade de fazer matérias de vários cursos. A possibilidade de adiantar o curso também favoreceu a escolha. “A mobilidade acadêmica possibilita conhecer outras realidades e nesse processo trocar experiências”, conta Murilo.
Embora defenda seu projeto final pela UnB, Murilo receberá o diploma pela UFV,que é sua Universidade de origem. Na mala,muita história para contar, de Viçosa, até Brasília,com uma passagem por Pequim. Enfim, o diploma!
