AO CONANDA
Prezada conselheira Malu Moura,
dirijo a presente mensagem ao Conanda,pois assisto assoberbada os excessos que a mídia tem cometido na exposição das crianças e adolescentes vítimas da tragédia em Realengo, RJ.
Vítimas, digo, não são somente as que foram vítimas fatais (perda de vida), mas todas as crianças que passaram pelo extremo stress emocional naquele dia.
A cobertura da imprensa nos primeiros dias seguiu o padrão e até mesmo o dever da cobertura - um fato de grande impacto demanda cobertura, demanda mobilizar todos os meios e recursos, cobertura ao vivo e demais práticas.
No que pese alguns exageros, de modo geral era cobertura do fato.
Contudo, agora, a imprensa, especialmente os telejornais, passam a ir à casa dos estudantes que estavam no local e solicitam longas e detalhadas narrativas:
- como você fez para fugir?
- o que você sentiu quando seu colega foi baleado?
- você ficou com medo de morrer?
A criança, postada em frente a uma casa simples, uma rua qualquer da região, ao lado de outro colega também vitimizado.
Temos uma sólida legislação protetora dos direitos da criança e do adolescente no que diz respeito à exposição de suas imagens.
O que dizer da exposição da imagem destas crianças que há dois dias corriam para salvar suas vidas? Enfrentar as câmeras de tv?
Envio este manifesto com expectativa de que o Conanda tome a frente na defesa dessas crianças e adolescentes. O mesmo segue com cópia para pessoas (jornalistas, pesquisadores, alguns participantes Com.Comunitária e SOS Imprensa), as quais sei, assim como outras pessoas que conheço e trabalho, são sensíveis e solidárias na proteção desses direitos.
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dione oliveira moura
Faculdade de Comunicação - UnB
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