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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dia Mundial de Combate à AIDS, 1º de dezembro de 2011

Mensagem de Michelle Bachelet - Diretora Executiva da ONU Mulheres

Dia Mundial de Combate à AIDS, 1º de dezembro de 2011



"Alcançar zero requer zero de descriminação de sexo e de violência

É tempo de zerar o foco sobre as mulheres e meninas


Hoje no Dia Mundial de Combate à AIDS, somos chamados à ação para alcançar um número zero de novas infecções por HIV, zero de discriminação e zero de mortes relacionadas à AIDS. Eu gostaria de enfatizar que alcançar zero requer zero de discriminação contra mulheres e meninas.

De acordo com a UNAIDS, as novas infecções de HIV em 2010 mostram um declínio de 21 por cento desde 1997, quase 50 por cento dos afetados atualmente têm acesso ao tratamento, e o número de pessoas que morrem de causas relacionadas à AIDS caiu de um total de 2,1 milhões em 2004 para um número estimado em 1,8 milhão em 2009. Este progresso é louvável e não poderia ter sido alcançado sem os esforços combinados de governos, das organizações da sociedade civil, do setor privado e das Nações Unidas. Olhando à frente, nós somos capazes de alcançar progressos ainda maiores através do alinhamento da resposta ao HIV através do desenvolvimento de estratégias mais amplas que coloquem a igualdade entre os sexos no centro.


Hoje as mulheres perfazem quase 50 por cento dos 34 milhões de pessoas vivendo com HIV. Em duas sub-regiões, África Subsaariana e no Caribe, as mulheres perfazem a maioria dos adultos vivendo com HIV -- 59 por cento na África Subsaariana e 53 por cento no Caribe. Na América Latina, as mulheres perfazem 36 por cento dos adultos vivendo com HIV. Na Europa Oriental e Ásia Central mais e mais mulheres estão sendo infectadas à medida que a epidemia se alastra na região. Na Ucrânia, por exemplo, um valor estimado em 45 por cento das pessoas que vivem com HIV em 2009 eram mulheres, um aumento dos 37 por cento registrado em 1999.

Em todas as regiões, o estigma, a discriminação e a violência afetam desproporcionalmente as mulheres e debilitam o progresso. Mulheres e meninas se encontram na linha de frente provendo cuidados e suporte às suas famílias e comunidades. Contudo, na maioria das vezes elas estão posicionadas no final da linha ao receber os cuidados e suporte que necessitam para si próprias.

Hoje no Dia Mundial de Combate à AIDS, eu encorajo todos os parceiros na resposta à AIDS para alcançar zero em mulheres e meninas. É possível obter maior progresso dando poder às mulheres como agentes da mudança, promovendo a sua liderança na resposta à AIDS, e fazer frente ao estigma, à discriminação e violência que elas enfrentam. Hoje em dia a metade dos países que emitem relatórios dispõe de um orçamento específico para atividades de HIV relacionadas às mulheres. Chegar à zero requer a total participação das mulheres nos planos nacionais contra a AIDS e financiamento adequado para tratar das necessidades e prioridades das mulheres.

A ONU Mulheres se acha empenhada em alcançar progressos nestas áreas chave. Através da amplificação das vozes das mulheres com HIV, garantindo a sua liderança e participação na tomada de decisões, e integrando a igualdade entre os sexos no planejamento e orçamento nacional de HIV, nós nos aproximaremos da meta de zerar novas infecções por HIV, zerar a discriminação e zerar as mortes relacionadas à AIDS.

ONU-Mulheres

UNASE_Brasil

Assina: Michelle Bachelet, Diretora Executiva da ONU Mulheres